Tem horas que me toma um sentimento de revolta, de raiva, de mágoa. São tantas as sensações ruins misturadas com as lembranças de momentos bons, que chega a ser sufocante. Não é uma coisa fácil de traduzir em palavras, só dá pra dizer que é ruim e que eu não queria sentir. Mas sinto. E a culpa é toda minha, por mais que eu queira atribuí-la aos segundos ou terceiros envolvidos. Fui eu que permiti que se aproximassem e até fiz questão de mantê-los por perto. Eu que escolhi tê-los comigo e cuidei pra que se sentissem especiais. Ou, pelo menos, tentei. Mas se foi assim, onde eu errei? Será que não cuidei o suficiente? Talvez não tenha demonstrado o quanto eles eram importantes. Deveria ter implorado que ficassem? Talvez com um anúncio na rádio, um site na internet, um pedido de joelhos... Perdi e lamento por isso, pelos meus erros, por não ter feito mais. Mas será que só eu lamento? É ruim pensar que tem pessoas que são tão importantes pra mim e que não estão nem aí. Nem aí pra o que eu sinto, nem aí se vão me machucar, nem aí se eu vou sofrer, nem aí se vão me fazer falta, nem aí pra mim. O meu sentimento é tão desprezível assim? Queria não sentir tanto a falta. E as fotos, recordações, as palavras, canções? O que faço com tudo isso? Queria seguir minha vida sem sentir tanto a ausência, não me importando, como parece que eles não se importam. Ser egoísta. Afinal, eles foram egoístas comigo, o mundo é egoísta. Eu odeio isso, embora não consiga odiá-los. Então, eu não posso ser assim, como todo o resto, cultivando em mim aquilo que mais abomino. Seria complicado não conseguir conviver comigo mesma. Acabaria afastando quem não tem nada haver com a história. Ainda tenho os que me fazem acreditar que pode ser diferente, que ter amigos vale à pena. Tenho os outros. E ser como sou os matem por perto, mesmo sem pedidos de joelho, sites na internet ou anúncios na rádio. Por eles, de hoje em diante, vou tentar cuidar mais de mim, dizem que isso atrai coisas boas. Agora só quero o que for melhor pra mim, quem for melhor.
Esse é o segundo texto que leio hoje que traduz perfeitamente as palavras que rabisquei no papel mais cedo. Meu(s) mesmo(s) sentimento(s)de revolta, de saudade, de raiva... por tudo... por ter sido abandonada.. e por além de me deixarem esse vazio e essa falta, ainda me deixaram todas as músicas e lembrabças me torturando...
ResponderExcluirNão, as lembranças sao minhas! Eu as cultivei! As vezes me pergunto se nao fui eu quem atribuiu valor demais a pequenos gestos... Mas acho que não. Acredito na veracidade de tudo. Mas tenho um medo: eu nao mudei, mas será que ELES mudaram?
Não quero esquecer. Esquece-los seria esquecer uma parte de mim. Seria esquecer uma serie de boas lembranças e momentos junto com a parte ruim.
Odeio nao odiar. Odiar não mudaria nada.
Mas uma coisa tenho resolvida em mim - e essa coisa me faz ter orgulho de ainda sofrer, de me orgulhar de ainda sentir dor: não quero ser igual aqueles que odeio. Na verdade não os odeio, odeio as atitudes deles. Nao quer ter sentimentos assim, nao quero tratar as pessoas como se eu nao me importasse. Sofrer é a maior prova de que ainda me importo. Talvez por isso ainda consigo sorrir.
ps: eu amei o titulo!
ResponderExcluirserá que agora as pessoas entendem?
EU TO FALANDO DE AMIZADE!!!