terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A cor do amor




E lá ia ela, repetindo a rotina de todos os dias. Acordar, levantar, se arrumar, sair. Só mais uma ida ao trabalho, só mais um trajeto pelo mesmo percurso de sempre. Uma amiga a acompanhou, como era de costume, seguiram as duas conversando. Riram ao passar pela casa azul, fazia parte comentar o fato, falar do príncipe. Se despediu da companheira de viagem no lugar de sempre e continuou dali sozinha. Ao chegar ao local combinado, mudança de planos. Deu por falta de algo importante, era o jeito voltar pra casa. Imprevistos acontecem, não era a primeira vez que ela esquecera de algo.

Objeto em mãos, de volta a estrada. Mais uma vez o mesmo lugar, o cruzamento, o sinal, a casa azul, o príncipe. O príncipe?!? Era ele cruzando a avenida! Ela por um momento sentiu o coração palpitar, fugir das mãos o volante, sumir qualquer outro pensamento. Ele estava ali diante dela, olhando pra ela. Vestia uma camisa azul, da cor do seu castelo. Permitiu-se encantar por um instante. Tentou disfarçar a alegria de vê-lo, impedir que ele percebesse o brilho no olho, as bochechas vermelhas.

Mais uma vez o maldito semáforo, outra vez a triste realidade. Desviou a atenção. Fugiu do olhar curioso. Num quase atropelamento, quase conseguiu roubar a atenção dele, quase acreditou que podia ser possível...


Aquele encontro, fruto de um imprevisto, presente do acaso, tornou o dia dela mais colorido. Mais azul. Como a casa, a camisa, como o seu príncipe, azul.

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