terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Big Brother

"A melhor coisa que você pode fazer por um filho é ter outro"
Tati Bernardi



Quando li o texto que tem essa frase aí em cima como título me identifiquei muito. Não, eu não queria tê-lo escrito. Mas lendo-o me dei conta de que meus pais me deram o melhor de todos os presentes: um irmão. E mesmo nas piores das nossas discórdias eu nunca desejei que ele não existisse. Minha vida nunca seria a mesma sem ele. 

Fui a primeira filha dos meus pais e podia ter sido a única. Só que a minha mãe teve uma primeira gravidez tranquila e um parto sem complicações. Os planos deles eram ter 6 filhos. Acredito que num tive nem tempo de pedir que eles me dessem um irmãozinho, quando eu estava com 1 ano e 3 meses minha mãe engravidou de novo. 3 dias antes de eu completar 2 anos o meu irmão nasceu. O parto dele sim foi complicado e meus pais optaram em parar por aí. Desde então somos 4. 

E o dia do nascimento de Romário é a minha lembrança mais antiga. Lembro de ter ficado na casa da minha tia brincando de boliche num corredor com a minha prima enquanto a minha mãe tava no hospital. Lembro que a primeira vez que vi o meu irmão ele vestia um macacãozinho - que hoje o povo chama de body - e uma toquinha amarela. Sei que o amei desde aquele dia e mesmo sendo uma pessoa de alma ciumenta nunca me incomodei de dividir os meus pais com ele. Só com ele. 

A gente cresceu junto. Durante um bom tempo eu fui a maior e mais velha. Ele se sentia seguro do meu lado, era um grude - minha mãe que diz isso e tem um monte de foto pra provar que ele não me largava. Hoje ele é bem maior que eu e pegou pra ele o posto de irmão mais velho. Eu me sinto segura do lado dele e me acho a importante quando ele tá do meu lado - eu digo isso e faço questão de registrar mesmo ele num sendo muito fã de fazer pose pros meus flashs. 

Pois é minha querida Tati, eu posso dizer que tenho alguém que divide comigo todas as maravilhas e todas as desgraças de ter nascido com esse pai e essa mãe. Eu tenho, quando meus pais se sentem sozinhos ou decepcionados ou apertados de grana, apenas metade da culpa gigantesca que é ser um filho. Eu tenho, nos momentos alegres e também nos insuportáveis, apenas metade dos méritos. Eu tenho um irmão. Não precisei esperar e nem pedir por ele. Ele não tem muita paciência comigo, as vezes é um chato e ao mesmo tempo é melhor irmão do mundo. Não mudaria nada nele. Mesmo que ele não acredite, eu o amo muito e, mesmo ele não admitindo, sei que ele me ama também.