terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A fila anda (??)

Tão profundo como uma poça d'agua que se forma na rua depois de uma rápida chuva de verão. Tão fácil de apagar como um rabisco feito de leve com lápis numa folha de papel em branco. Tão simples como apertar o botão que desliga a tv ou como com um clique fechar uma página da internet. Tão importante quanto um balde de lixo. Tão descartável quanto papel toalha.

Parece tudo tão superficial, tão sem importância, tão passageiro. Parece. Pra tudo. Pra todo mundo. Menos pra mim.

Tão indefinível e incomparável que, mesmo munida de uma grande variedade delas, não encontro palavras pra expressar ou definir exatamente o que é isso que me toma de tal forma e com tamanha força por tantas primaveras, verões, estrelas e constelações.

Eu sinto, ainda sinto. Me incomoda, não é fácil admitir. É assustador pensar que, por mais que o tempo passe, eu (e somente eu) não vou deixar de sentir. Que só pra mim não é tão simples, tão raso e tão fácil.

Sempre soube que ia ser assim, que ia doer, incomodar, machucar. Não é novidade. Só não fazia ideia que isso ia durar tanto tempo e se repetir tantas vezes ao longo dos anos.


"Ainda lembro você dizer
Que não ia me deixar
Mas me deixou de um jeito, assim sem explicar
A resistência dessa dor, me fez desacreditar
Na existência do amor e de me apaixonar
Por alguém que mudaria essa história..."

[Agnela]

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Bala de Prata

Ontem, eu só queria não sentir tanto a falta de alguém.
Hoje, a minha vontade é só de ouvir o telefone tocar...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

No feminino, sou eu!

Esse texto é de alguém que eu conheço, ou melhor, sei quem ele é. Não temos contato próximo mas eu sei dele e sei que ele sabe de mim. Já tinha ouvido falar dos seus textos. Agora me declaro fã de um dos blogs que tem tudo pra se tornar um dos meus favoritos. Assim com já era, confesso, admiradora do autor (sem segundas intenções, juro!). Indicação da minha gorda! Não resiti à vontade postá-lo. Tinha que guardar pra mim o meu favorito entre os já lidos. Quase que uma pintura em forma de palavra dos meus sentimentos, a legenda perfeita pro meu momento:

"sinto-me solto. solto do mundo, solto de mim. numa indiferença graciosa. cheio de peso, cheio de idade. sinto-me velho. no sentido, no sentimento, no que se sente. sinto-me assim, só. e solto. um desapego de gente, um verso perdido, uma tarde vazia. desse jeito. frio por fora, quente por dentro. com vontade. vontade de amar, vontade de ser amado. querendo a trégua de quem chega aos cinquenta e se apaixona novamente. no acaso de se sentir ridículo e conjugar um verbo intransitivo atribuindo-o complemento. no sabor de sentir as demoras da mulher, aquela sem imagem feita, sem previsão, que vem sempre perfumada. na procura incessante do complemento perfeito, o imperfeito que passa a ser nosso. essa vontade que me persegue, de querer alguém. esse deslumbramento tolo pelo amor."
[daniel josé]

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Eu


"Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!"


[Florbela Espanca]

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Presente Passado

Anônima_Incógnita: É possível sentir saudade do que não existe...?
Anônimo_Incógnito: Saudade só vive do que não existe... Não, ao menos, naquele momento em que se tem a saudade...
Anônima_Incógnita: ...
Anônimo_Incógnito: Exista e mate minha saudade...


Ando querendo escrever sobre o que eu sinto mas ando me privando disso por medo de ser mal interpretada. A maioria não entenderia o que eu quero dizer ou entenderia o que eu não entendo. Confuso? Muito. Quando o assunto é sentimento eu nunca fui uma pessoa muito compreensível, decifrável, óbvia. Nem pra mim eu faço sentido. Esperar que alguém decifre minha lógica parece querer demais. Mas eu quero, ainda quero. Quero de novo!

Não quero mais escrever pra alguém que já não diz gostar dos meus longos desabafos, confusões e brincadeiras. Muito menos ficar procurando palavras bonitas pra falar sobre alguém que só vive na minha lembrança. Nem com o príncipe quero mais me distrair.

Cansei de ilusão, amor impossível, da saudade de quem não existe mais. Não quero nada que já é de alguém, de quem já não é mais meu e de quem nunca esteve comigo. Não é isso, nunca foi. Sentir saudade nem sempre é sinônimo de querer de volta. Eu não quero.

Meu desejo é de alguém diferente, a falta que sinto é do novo, sonho com o que ainda não conheço. Alguém pra mim, só pra mim. Sem medo, sem reservas, sem comparações. Preciso conjugar meus verbos em outro tempo. No futuro, um futuro, com futuro!

[Só não dá pra negar que até o sentimento tem pontos de referência]


"dá medo nunca mais sentir de novo o mesmo sentimento que se sentiu um dia... por que depois de saber como pode ser, vc nao vai se contentar com menos..."

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010






"Se a distância me faz querer te encontrar
Espero não deixar a gente se perder..."

[Mil histórias e pouca poesia - Drive]