segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A casa azul



Ao vê-lo recostado a porta da casa, o castelo do seu príncipe, sentiu-se estranha. Estranhamente feliz só de olhar alguém que nem ao menos sabe que ela existe. Mas ele a viu, ou melhor, viu o carro, o movimento. Talvez nem tenha notado ao volante uma doida que o olhou meio de lado e pôs a mão no peito, como que tentando conter um coração tão inexplicavelmente contente por avistá-lo.

Mal sabe ele que ela sempre o busca naquela direção, que sempre o procura ao passar por ali. Ela, em seu íntimo, alimentava o desejo de tê-lo e em pensamento repetia apaixonadamente: "Quero ele pra mim". Mas ele já era de alguém, era "o menino da namorada". Não devia nutrir sentimentos assim, ela sabia que não devia. No entanto, o que podia ela fazer, se sentiu um carinho enorme desde a primeira vez que o viu? Foram os segundos do dia que lhe fizeram sentir que valeu a pena sair da cama. O sinal abriu e a fez voltar a atenção novamente pro trânsito. Sem príncipe, nem castelo. Estava de volta a realidade. Seguiu seu caminho. Sorrindo.

E o rosto dela iluminou-se com aquele sorriso durante todo o dia. Nem ela sabe ao certo o pq dessa reação, dessa sensação. Coisas assim acontecem na vida da gente de um jeito que não se explica, sem motivo algum, de graça. Não é uma questão de escolha. É sentir e ponto.

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