Desde muito cedo na vida a gente escuta a famosa pergunta: o que você quer ser quando crescer? Quando eu era bem pirralha queria ser médica, depois Chiquitita (dançar o "mexe mexe lá" no SBT e morar na Argentina). Já na escola lembro que no primeiro ano me fizeram essa pergunta e eu respondi que queria fazer faculdade de Ralações Públicas ou Turismo, mesmo sem fazer ideia do que fossem essas profissões. Na hora de fazer o bendito vestibular eu não tinha noção do que fazer. O que eu sabia é que gostava de humanas, não tinha o menor talento pra exatas e que saúde era mesmo quem tava dando emprego. Minha mãe queria que eu fizesse enfermagem, meu pai queria que eu fizesse qualquer coisa só não parasse de estudar, meu irmão não deu palpite e eu fui lá e me inscrevi pra concorrer a uma vaga no curso de Letras. Fiz a prova, passei em primeiro lugar no curso e tranquei a faculdade um mês depois das aulas começarem. Só que ficar em casa sem fazer nada num é legal. Nunca tive o menor talento pra comércio, nunca tinha trabalhado na vida, a única coisa que eu sempre soube fazer e bem era estudar, eu precisava usar isso a meu favor e ganhar dinheiro. Depois de 6 meses de tédio e vida mansa, resolvi dar um rumo a minha vida. Li sobre alguns cursos, faculdades, mercado de trabalho. Apresentei as possibilidades pro aval financeiro do meu pai. Entre Fisioterapia e Nutrição as sábias palavras da minha mãe me levaram a decisão que mudaria minha vida: "Fisioterapia tem muito nome de osso pra tu aprender, faz Nutrição mesmo". E por mais contraditório que possa parecer, anatomia foi a minha matéria favorita no ensino superior e na qual eu alcancei a maior média entre todas as disciplinas que eu paguei no curso. Foram 4 anos de sofrimentos, dos quais não tenho a menor saudade e que, graças a Deus, passaram. Não foi um sonho de criança, nem resultado de um teste vocacional, muito menos aptidão ou influencia direta de alguém. A vida me fez nutricionista. E, de verdade, eu no lugar dela, não teria feito escolha melhor.
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